A corda do Círio de Nazaré, um dos símbolos mais emblemáticos da maior festividade religiosa do Norte do Brasil, será novamente produzida no Pará, pela terceira vez consecutiva, para ser utilizada nas duas principais procissões: o Círio e a Trasladação. A parceria foi firmada nesta sexta-feira, 07 de fevereiro, em Castanhal, entre a Castanhal Companhia Têxtil (CTC) e a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), representada pelo coordenador do Círio 2025, Antônio Sousa, e pela diretoria de procissões.

A corda, confeccionada em malva amazônica, será totalmente produzida e preparada pela CTC, incluindo o entrelaçamento, os nós e as argolas que a conectam às estações durante as procissões. “Mais um ano com a corda sendo produzida por mãos paraenses, seguindo as mesmas especificações do ano passado. Mantivemos o nó utilizado anteriormente para o atrelamento às estações, pois funcionou perfeitamente, sem nenhum rompimento. É importante destacar que essa corda é uma produção exclusiva da CTC para o Círio, não sendo comercializada. Chegamos a um padrão que atende plenamente às necessidades da festa, e por isso renovamos a parceria este ano”, explicou Antônio Sousa, coordenador do Círio 2025.

Com 800 metros de comprimento, divididos em duas partes de 400 metros para cada romaria, a corda possui 60 milímetros de diâmetro e é composta por 32 nós e argolas. Ela já vem adaptada às estações de metal que auxiliam no transporte das berlindas durante as procissões. A produção pela CTC terá início em abril, com acompanhamento da DFN em todas as etapas, e a previsão de entrega é para o início de setembro.

Novo material e tradição renovada

Até 2022, a corda utilizada no Círio e na Trasladação era feita de sisal, uma fibra vegetal resistente produzida em Santa Catarina. A partir de 2023, a CTC passou a utilizar uma composição de fibras de malva amazônica, plantada e cultivada na região Amazônica. Essa nova matéria-prima, além de ser mais macia ao toque, reforça a identidade regional da festa. O processo de transformação da malva em fios envolve diversas etapas, desde a colheita, realizada por comunidades locais que fornecem o material, até a produção final.

Histórico da corda no Círio

A corda tornou-se parte integrante do Círio de Nazaré em 1885, quando uma enchente na Baía do Guajará alagou a orla de Belém, próximo ao Ver-o-Peso, durante a procissão. A berlinda ficou atolada, e os cavalos não conseguiram puxá-la. Um comerciante local então emprestou uma corda para que os fiéis pudessem conduzir a berlinda. Desde então, a corda foi incorporada às festividades, simbolizando o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e seus devotos.

O Círio 2025

O Círio de Nazaré é uma realização da Arquidiocese de Belém, Basílica Santuário de Nazaré, Diretoria da Festa de Nazaré, Governo do Estado do Pará e Prefeitura de Belém. A festividade, que reúne milhões de fiéis todos os anos, é considerada uma das maiores manifestações religiosas do mundo, e a corda continua a ser um dos seus elementos mais significativos, agora produzida com orgulho no Pará.

Com informações da Diretoria da Festa de Nazaré e Castanhal Companhia Têxtil.

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