Filhotes de peixe-boi são resgatados e chegam a Castanhal

Animais vieram do oeste do Pará e recebem cuidados no Instituto Bicho D’água; um deles apresentava ferimento que pode ter sido causado por ação humana.


O Instituto Bicho D’água, referência na reabilitação de mamíferos aquáticos em Castanhal, recebeu na última quinta-feira (12) dois novos filhotes de peixe-boi (Trichechus inunguis). Os animais foram resgatados em uma complexa operação coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade do Pará (Semas), oriundos da Floresta Nacional (Flona) do Tapajós e do município de Monte Alegre, no oeste do estado.

A chegada dos filhotes a Castanhal foi possível graças a uma força-tarefa que envolveu múltiplas instituições. O transporte aéreo, realizado pelo Grupamento Aéreo de Segurança Pública (GRAESP), foi fundamental para garantir a segurança e o bem-estar dos animais durante o trajeto.

“Nós fomos até o Hangar do Graesp em mais uma missão de transporte de filhotes de peixes-boi, em parceria com o Instituto Bicho d'Água, Ibama, IcmBio e secretarias municipais de Meio Ambiente", destacou Talita Praxedes, gerente de Fauna, Aquicultura e Pesca da Semas. "A Semas atua trabalhando nas tratativas com os nossos parceiros, escolhendo os locais mais adequados para receber esses animais, para que tenham todo o cuidado e possam se reabilitar para serem devolvidos à natureza”, completou.

Número de Resgates Preocupa Especialistas

Com a chegada desses dois indivíduos, sobe para 12 o número de peixes-boi resgatados apenas no primeiro semestre de 2025, um dado alarmante para uma espécie classificada como "Vulnerável" à extinção.

Renata Emin, presidente do Instituto Bicho D'água, ressalta a importância da cooperação para a conservação da espécie. “Esse é um número muito alto. O trabalho que o Bicho d'Água faz é para a conservação desses animais. Os resgates têm acontecido graças à cooperação de várias instituições, que permite um transporte mais rápido e seguro, ideal para a sobrevivência dos filhotes”, informou.

Suspeita de Maus-tratos

Um dos filhotes, o proveniente de Monte Alegre, chegou com um quadro clínico que exige atenção redobrada. “O filhote apresentava um ferimento no olho esquerdo ocasionado por uma farpa. A suspeita é de que tenha sofrido um ato de crueldade por ação humana. Por sorte, não houve dano ao globo ocular, porém, uma avaliação mais detalhada será realizada aqui no instituto”, detalhou Talita Praxedes.

A operação de resgate foi uma ação conjunta da Semas (por meio da GEFAU e GEFAP), ICMBio, Instituto Nhamundá, Instituto Bicho D’água, GRAESP, CETRAS/UFRA e Ibama. Agora, os filhotes iniciam um longo processo de reabilitação em Castanhal, com a esperança de um dia retornarem ao seu habitat natural.

Redação

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